terça-feira, 9 de abril de 2013

Ana Furtado: de boia-fria à assistente social

Ana Furtado – a mais recente graduada da EPC Paramoti é filha de agricultores e conta que já trabalhou na roça com o pai. Sua trajetória de vida e a cooperação que encontrou na EPC Paramoti a levaram a alcançar o diploma de Serviço Social e atualmente, Ana está se especializando em Gerontologia Social pela Faculdade Ateneu. 

Ana Furtado nasceu em Paramoti, morou na comunidade de Carrapato até os 18 anos e é filha dos agricultores Raimundo e Tônice. Foi à escola pela primeira vez aos 9 anos de idade já alfabetizada pela mãe. Concluiu o ensino fundamental na Escola Aloízio Domingos de Sousa em Carrapato – Pentecoste e o ensino médio na Escola Estadual Tomé Gomes dos Santos em Paramoti, para onde diariamente viajava mais de 6 km num pau-de-arara. A infância e adolescência se dividiram entre os estudos e o trabalho. Dos 7 aos 12 anos de idade ajudava o pai na roça quando chegou a ser boia-fria. Depois passou a realizar bordados manuais com a mãe e sempre teve muitos sonhos para mudar de vida.

1. Qual era a sua expectativa de vida antes de conhecer o PRECE e fazer parte da EPC Paramoti? 
Apesar de todas as dificuldades sempre sonhei em mudar de vida, mas tinha consciência que só conseguiria através do estudo, por isso sempre procurei ser boa aluna e obter boas notas. Aos 18 anos sonhava em conseguir meu primeiro emprego e assim aconteceu quando fiz 18 anos, prestei concurso público em Paramoti e me tornei servidora pública em 2006. No mesmo ano conheci o PRECE, através da amiga Aurenir Luz, e em 2007 passei também a fazer parte do grupo que ia de Paramoti até a comunidade de Cipó, Pentecoste onde me preparava para prestar vestibular com os demais colegas de grupo. Ingressei na EPC Paramoti e no início de 2008 surgiu a oportunidade de fazer o meu tão sonhado curso de Serviço Social em uma universidade particular.

2. Qual a importância da EPC Paramoti para o seu ingresso na universidade? 
A EPC contribuiu inicialmente mostrando a ruptura de paradigmas, ou seja, de que é possível o filho de agricultor cursar nível superior. Também foi através da EPC que encontrei forças para vencer os obstáculos que por sinal foram muitos. Sempre que participava dos encontros e ouvia todos aqueles depoimentos de superação, tinha certeza de que também conseguiria vencer. Considero a EPC Paramoti um porto seguro.

3. Você acredita que a cooperação dos seus colegas de EPC foi importante para sua conquista? 
Estar em grupo foi o diferencial em minha vida, é tanto que até hoje não consigo viver sem estar junto a estas pessoas que colaboraram para o meu desempenho pessoal e profissional. A cooperação é algo prazeroso, pois ao mesmo tempo em que você transmite seus conhecimentos, estes por sua vez, são ampliados com a colaboração dos demais.

 4. De que forma você acredita que pode colaborar com a EPC Paramoti na condição de graduada? 
Quando graduanda fui monitora das disciplinas de Literatura e Espanhol. Nos últimos anos venho participando e colaborando nas ações de Apoio ao Estudante. Como graduada quero tecnicamente realizar projetos de apoio junto aos estudantes e suas famílias, contribuindo assim para a garantia e efetivação dos Direitos Sociais.

5. Deixe sua mensagem para os jovens que ainda estão em busca de ingressar na universidade. 
O primeiro passo é sonhar e a partir deste sonho ir em busca da realização, juntar-se às pessoas que ajudem a alimentar estes sonhos faz toda a diferença, assim é a EPC Paramoti, formada por jovens sonhadores que dividem o conhecimento, e este por sua vez, se multiplica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Coordenadora da EPC Paramoti participou do revezamento da tocha olímpica em Fortaleza

Foto oficial: Rio2016 No último dia 7 de junho, a tocha olímpica chegou a Fortaleza num percurso que passará pelos mais diferentes cenár...