O jovem que já dividiu o seu tempo entre o roçado e os estudos atualmente participa de programa internacional de bolsa em Portugal
Ele passou de agricultor a estudante de educação física, professor e está em Portugal participando de uma experiência acadêmica. O blog da EPC Paramoti entrevista Alberto Amorim, estudante do terceiro semestre do curso de Educação Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) Canindé.
1. Explique o tipo de programa do qual você está participando.
Alberto: O Programa de Bolsas IFCE Internacional selecionou os primeiros colocados numa seleção com os estudantes de todos os campus do e acordo com os bons rendimentos desses estudantes. Os selecionados ganharam a oportunidade de cursar um semestre do curso aqui em Portugal, e eu fui um destes alunos do campus de Canindé.
2. Qual a importância dessa experiência internacional para a sua vida pessoal e acadêmica?
Alberto: Nossa, tem uma importância muito grande, por que estou podendo observar e comparar os métodos de estudo, vivenciar a cultura de outro país, trocar ideias e contatos para quem sabe voltar aqui e fazer um mestrado ou doutorado.
3. Qual a sua avaliação sobre sua mudança de vida desde que ingressou na EPC Paramoti?
Alberto: Minha vida mudou muito depois que ingressei na EPC Paramoti. Há cinco anos, nem passava pela minha cabeça viver as experiências que tenho vivido hoje. Não imaginava que aquele menino que ajudava o pai no roçado poderia estar aqui hoje. Eu não sabia que tinha universidade gratuita e que havia essas oportunidades. Depois que eu ingressei na EPC Paramoti, a exemplo dos que já estavam lá, comecei a sonhar e correr atrás dos meus objetivos. A EPC Contribuiu e muito, por que lá aprendi a cooperar, superar minha timidez, me tornar um cidadão melhor e descobrir que sonhos não são somente fantasias.
4. Você considera importante que o universitário retorne para ajudar os outros que ainda querem entrar na universidade?
Alberto: Sim, por que os que ainda estão lá vão querer seguir o exemplo, o que mostra que qualquer pessoa é capaz. Foi o que aconteceu comigo em relação aos primeiros da EPC que passaram, eu pensava ‘eles saíram daqui, tem a mesma origem que eu e conseguiram, posso conseguir também’.
5. Como você avalia a sua história de vida, "desde aquele tempo em que ajudava seu pai na roça, até hoje quando tem a oportunidade de estudar na Europa"?
Alberto: Foi um período de superação cheio de vitórias e também dificuldades, mas sempre ergui a cabeça e segui em frente. Muitos duvidaram de meu potencial, mas outros me apoiaram como alguns professores e diretores. Agradeço incondicionalmente a minha família que, sem medir esforços, me ajudou desde o dia que passei na faculdade e não tinha dinheiro nem para comprar o caderno. Agradeço muito ao meu pai e minha mãe que me ensinaram a ser o que sou hoje. Quando fui selecionado para essa bolsa minha mãe disse iria sentir muita falta de mim, chorou, mas disse que era o melhor para mim e me deixou vir. Fico até emocionado em escrever estas palavras e fazer esse retrospecto, é muito gratificante.
6. Deixe uma mensagem de esperança para seus amigos da EPC, para os jovens em geral e para sua família.
Alberto: Lute pelos seus objetivos, vejam minha história e percebam que nada é impossível basta querer e lutar. A minha família só tenho a agradecer por todo o apoio dado a mim e dizer para meus pais que eles são a razão do meu viver e que amo muito eles. Agradecer também a EPC Paramoti pelo apoio que sempre me deu . Para finalizar quero dizer que sou natural de Maracajá, zona rural do município de Paramoti e tenho muito orgulho de minhas raízes.
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