Alberto Amorim: o jovem agricultor que se tornou professor

O jovem que dividia o seu tempo entre o roçado, os estudos e o apoio que dava ao irmão deficiente é hoje atleta, professor e exemplo de determinação.

O blog da EPC Paramoti entrevista Alberto Amorim, estudante do terceiro semestre do curso de Educação Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) Canindé.

1. Quais eram as suas expectativas antes de fazer parte da EPC Paramoti?

Alberto: Entrei na EPC Paramoti em 2009, com o intuito de me preparar para ingressar em uma universidade, antes de eu entrar na EPC eu tinha uma expectativa de vida diferente da que eu tenho hoje. Eu sonhava em ser professor, mas pensava comigo: como posso realizar meu sonho, sendo filho de agricultor que trabalha para nossa subsistência? Eu nem sabia que existia universidade pública.

2. Qual a sua opinião sobre o estudo em células (grupos), metodologia utilizada na EPC Paramoti?

Alberto: O estudo em células é muito gratificante por que os estudantes se ajudam de todas as formas. Podemos contar com o apoio dos colegas, não só para partilhar conhecimentos, mas também as nossas angústias e sonhos. Na verdade, a gente se torna uma família, estamos sempre juntos, mesmo fora dos horários de estudo.

3. Qual a importância do retorno do estudante, após ingressar na universidade?

Alberto: A presença dos universitários nos finais de semana é bastante significativa para quem ainda está na busca pelo ingresso na universidade. Eles trazem novidades e nos estimulam a lutar por nossos objetivos.

4.Fale sobre sua trajetória antes de entrar para a universidade.

Alberto: Foi um período de muita luta, na época, estudava no ensino médio pela manhã, a tarde vinha novamente com meu irmão deficiente visual para ajudá-lo na escola e à noite vinha de bicicleta estudar na EPC, retornando as dez horas da noite. No dia seguinte tudo começava novamente. Aos sábados, dividia meu tempo entre as aulas da EPC e o trabalho no roçado com meu pai.  

5. Que mudanças ocorreram na sua vida após o ingresso na universidade?

Alberto: Várias portas já se abriram para mim depois que me tornei universitário. No IFCE já ganhei medalha em competições de natação e um concurso de poesia. Em Paramoti, sou professor da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e monitor do Projeto do Segundo Tempo do Governo do Estado. Em Canindé atuo como professor de educação física bolsista do PIBID (Programa Instituição de Bolsas de Iniciação a Docência) na Escola Paulo Sarasate.  

6. Deixe uma mensagem aos leitores do blog da EPC Paramoti.

Alberto: Hoje meu projeto é continuar a trabalhar como professor de Educação Física na minha cidade. Sou muito grato a EPC Paramoti por ter me guiado nesse caminho e pretendo continuar ajudando a galera no final de semana repassando meus conhecimentos e trazendo as novidades da universidade. Antes eu era o estudante sedento de informação e hoje trago as novidades e vivências da universidade para meus colegas da EPC, isso é muito gratificante para mim.